Os avanços tecnológicos na Radiologia têm proporcionado diagnósticos por imagem cada vez mais precisos e precoces, facilitando a tomada de decisão e contribuindo para o sucesso do tratamento em diversas patologias.
Ao mesmo tempo, o avanço dessa realidade representa um grande desafio para as instituições de saúde que muitas vezes encontram obstáculos operacionais e financeiros para incorporar as novas tecnologias e equipamentos de ponta.
A urgência de novas tecnologias no setor da saúde muito se deve à pandemia de Covid-19, que trouxe uma enorme modificação nas necessidades, demandas e forma de atendimento na área da saúde. A telessaúde ganhou uma força sem precedentes no Brasil e no mundo, com grandes novidades no campo da radiologia e do diagnóstico por imagem.
Vamos abordar nesse conteúdo o que há de mais novo no mercado do diagnóstico por imagem: Telecomando.
Saiba o que é, como funciona, os benefícios e muito mais para o seu serviço de radiologia, de forma a agregar benefícios clínicos e organizacionais. Continue a leitura!
Entenda o que é o Telecomando na Radiologia
O Telecomando – ou telecomando – na radiologia consiste em usar recursos digitais e automatizados para a execução de exames de Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada remotamente.
Alguns fatores como a pandemia da COVID-19, o envelhecimento populacional, aliados a acurácia desses exames de imagem, tem levado a um aumento constante na demanda por exames de tomografia computadorizada (TC) e de ressonância magnética (RM), no entanto, essa demanda não é acompanhada pela quantidade e distribuição territorial dos equipamentos disponíveis e muitas vezes do número de profissionais disponíveis para operá-los, incluindo-se aqui tecnólogos, técnicos e biomédicos.
Como alternativa para esta distribuição desigual de profissionais capacitados e equipamentos diferentes e em número crescente, a operação e comando remoto dos equipamentos se torna uma possibilidade.
Dessa forma, é possível ter uma abordagem com potencial para aumentar acesso, qualidade e eficiência dos serviços de imagem especializados, gerando uma série de benefícios às clínicas e hospitais que optam pelo Telecomando.
Como funciona o Telecomando na radiologia
No Telecomando, o operador (técnico ou biomédico) está localizado no centro de comando remoto, enquanto o paciente e a enfermeira estão no centro de imagem ou na unidade hospitalar.
Por meio de um sistema de áudio, vídeo e controle, é feito a comunicação entre o operador do Telecomando com a enfermagem e o paciente que está sendo examinado, de forma a operar os equipamento de RM e TC remotamente, e assegurar que todo o processo seja realizado com segurança e em tempo real.
Além disso, os exames são realizados com alta capacitação técnica e eficiência operacional, de forma segura, rápida e eficiente, para que seus laudos sejam elaborados com base em imagens de alta qualidade diagnóstica.
Essa solução remota é compatível com quaisquer modelos e marcas de equipamentos, que conta com equipes técnica e médica altamente especializadas para realização dos exames, com total segurança para o paciente, confiabilidade e confidencialidade de resultados e padronização e otimização de protocolos.
Assim, a instituição de saúde, seja clínica ou hospital, consegue disponibilizar aos seus pacientes agendas para a realização de exames, mesmo quando não há um técnico no local para atender ou em horários sem coberturas, períodos de férias ou feriados.
O Brasil é pioneiro na tecnologia de operação remota de equipamentos de RM e TC, existindo no mercado empresas sólidas e extremamente qualificadas prestando o serviço e tendo sido responsáveis pela criação das primeiras operações de telecomando, inclusive com expansão para os EUA e Europa.
O fornecimento de serviços de saúde especializados remotamente reduz – mas não elimina – a necessidade da presença física dos operadores, permitindo que profissionais locais estejam totalmente dedicados ao atendimento e à segurança do paciente e o operador remoto fique exclusivamente ocupado com a operação do equipamento.
Benefícios do Telecomando para o serviço de radiologia
A tecnologia relacionada à operação remota, tanto para TC quanto para RM, vem acompanhada de uma série de benefícios para os centros de imagem que implementam essa solução, dentre os quais podemos destacar:
GESTÃO DA EQUIPE
A implementação do Telecomando para ressonância magnética e tomografia computadorizada permite cumprir a agenda de exames mesmo quando há técnicos ausentes.
A solução também permite a operação total dos equipamentos mesmo durante folgas, férias, faltas e licenças médicas dos colaboradores sem necessidade de interromper a operação, assim, evitando a sobrecarga dos plantões.
GANHO DE EFICIÊNCIA COM OPERAÇÃO TÉCNICA
O telecomando pode auxiliar na revisão, implementação, padronização e na melhoria dos protocolos de atendimento já existentes nos serviços de radiologia pois conta com uma equipe expertise de técnicos, biomédicos e médicos altamente especializados.
Além disso, essa nova abordagem permite uma maior dedicação ao paciente por profissionais da enfermagem, biomédicos e tecnólogos locais, deixando o operador remoto com um foco mais técnico e especialista.
AUMENTO DO ESCOPO CLÍNICO E DO POTENCIAL DE PRODUÇÃO
O Telecomando oferece a possibilidade de otimização na realização de exames, maior qualidade de atendimento, um número mais amplo de exames realizados e, principalmente, redução da capacidade ociosa de equipamentos de TC e RM instalados em clínicas, hospitais e centros de imagem.
Desta forma, é possível a ampliar o horário de atendimento, reduzir o intervalo entre os agendamentos além de poder realizar exames em horários e dias alternativos como períodos noturnos e aos finais de semana.
MAIOR QUALIDADE DOS EXAMES
Por conseguinte, é realidade que a operação a distância, assim como a telerradiologia, pode gerar eficiência dos diferentes tipos de exames realizados e entregues, uma vez que a desigualdade na distribuição de infraestrutura e profissionais especializados devido às dimensões do país fazem com que muitas clínicas e hospitais não consigam contratar profissionais especializados.
O que diz a resolução sobre o Telecomando na radiologia
A partir de todo esse avanço tecnológico nos serviços de radiologia, a diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) adicionou em sua resolução sobre telerradiologia e comando remoto de equipamentos uma nova seção disposto no Artigo 70 da RDC Nº 330, de 2019 incluindo que “os critérios primários para opção por procedimento telerradiológico devem ser para o benefício e segurança do paciente”.
Não obstante, na resolução brasileira RDC nº 611, de 9 de março de 2022, sobre os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica no país, foi inserida, em seu capítulo III, uma seção específica sobre telerradiologia e o comando remoto de equipamentos, ressaltando a segurança para o paciente, uma vez que a comunicação direta deste com o operador deverá ser constante.
Por fim, podemos concluir que o Telecomando para TC e RM, enquanto uma possibilidade da telemedicina e da telerradiologia, garante melhorias gerenciais e operacionais em clínicas e hospitais.
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