A humanização na saúde surge para acolher, cuidar e atender todas as necessidades de saúde que os pacientes apresentem, prestando o melhor atendimento e tratamento possível e em conjunto com a equipe, os enfermos e seus familiares.
Os últimos anos foram marcados por mudanças tecnológicas no setor da saúde, como novas ferramentas, exames e instrumentos capazes de aperfeiçoar e simplificar o diagnóstico e tratamento de condições clínicas e doenças.
Apesar de toda a inovação para tornar os laudos mais precisos, a humanização no atendimento não pode ser deixada de lado. Por meio dessa abordagem, os pacientes se sentem valorizados e cuidados da melhor maneira possível.
O que é atendimento humanizado?
O conceito de humanização na saúde está ligado diretamente à maneira que os pacientes são atendidos e acolhidos em hospitais e clínicas. Esse conceito leva em conta, também, a estrutura do ambiente e os processos realizados na unidade.
Como define a administradora especializada em Gestão de Saúde, Luciana Ludwig Nigri: “Na saúde, a humanização é definida como a busca pelo melhor atendimento aos pacientes e melhores condições para os trabalhadores. Logo, a busca por melhor qualidade nas unidades de saúde.”
Assim, essa humanização preza pela integralidade do cuidado, onde existe a união entre a qualidade técnica do tratamento proposto ao paciente e o relacionamento desenvolvido entre a pessoa, a família e os profissionais da saúde responsáveis pelo caso.
Qual a sua importância?
A humanização na saúde é importante, tanto para clínicas e hospitais, quanto para os profissionais e seus pacientes, uma vez que promove a benevolência e empatia nas pessoas e no próprio ambiente.
Apesar de processos padronizados garantirem a igualdade no atendimento e tratamento, a humanização simplifica a conexão entre as pessoas e a troca de informações entre os pacientes e médicos e gera equidade.
Um outro detalhe importante que é possível citar sobre a humanização na saúde é a promoção do espírito colaborativo entre a equipe e os pacientes, o que contribui para a otimização dos serviços prestados na unidade.
Esse tema já é pautado pelo Ministério da Saúde desde 1999, quando o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) foi lançado. Em 2003 se tornou Política Nacional de Humanização (PNH) e é uma aposta ética-estético-política no sistema básico de saúde do Brasil.
Segundo o site Fiocruz: “É uma aposta ética porque envolve a atitude de usuários, gestores e profissionais de saúde comprometidos e co-responsáveis. É estética porque se refere ao processo de produção da saúde e de subjetividades autônomas e protagonistas. E é política porque está associada à organização social e institucional das práticas de atenção e gestão na rede do SUS.”
Como identificar um atendimento humanizado?
Um atendimento humanizado possui algumas características relevantes em suas diretrizes, as quais são responsáveis por ampliar o cuidado aos pacientes e a comunicação de profissionais que participam de seu atendimento.
Conheça quais as características segundo a PNH a seguir.
Característica #1: acolhimento
O acolhimento diz respeito às necessidades de saúde que um indivíduo apresenta, o qual merece suporte e o nutrimento de uma relação saudável com a equipe.
Tal acolhimento é construído de maneira coletiva para que seja desenvolvida a confiança, o compromisso e o vínculo entre todas as pessoas envolvidas em seu suporte e cuidado, desde o paciente e seus familiares até os hospitais, clínicas e seus profissionais, independentemente dos setores que atuam.
Essa primeira característica é trabalhada na unidade por meio de uma escuta qualificada para conhecer as necessidades dos pacientes e ampliar a efetividade das práticas de saúde.
Característica #2: gestão participativa e cogestão
Aqui, a inclusão de novas pessoas nos processos de análise e decisão, assim como na ampliação das tarefas da gestão, são pautadas. A PNH aponta dois grupos de dispositivos de cogestão:
- O primeiro aborda a organização de um espaço coletivo para que a gestão seja realizada, a qual promove um acordo entre as necessidades e interesses tanto de pacientes, profissionais e gestores;
- O segundo grupo trata de mecanismos capazes de garantir a participação ativa dos pacientes e seus familiares na unidade de saúde.
Existem ainda arranjos de trabalho que servem para estimular a experimentação da cogestão no cotidiano da unidade, como os contratos internos de gestão, as mesas de negociação, os colegiados gestores e a Gestão de Porta Aberta, além da Câmara Técnica de Humanização (CTH) e do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH).
Então por meio da gestão participativa e da cogestão, são promovidas a flexibilidade, um espaço saudável para feedback e a possibilidade de conhecer as sugestões de melhoria referentes aos processos hospitalares e clínicos.
Característica #3: ambiência
A ambiência diz respeito à criação de um espaço saudável, acolhedor e confortável às pessoas, tanto de maneira estrutural e física quanto ética e psicológica, e que preza pela privacidade dos indivíduos.
Atualmente existe uma discussão compartilhada em relação ao projeto arquitetônico, das reformas e do uso de espaços com a intenção de atender as necessidades dos pacientes e dos profissionais de saúde.
Essa característica surge para melhorar o trabalho em saúde ao investir em um ambiente que simplifique o encontro de pessoas e seja acolhedor e confortável para todos.
Característica #4: clínica ampliada e compartilhada
A clínica ampliada consiste em uma ferramenta teórica e prática que contribui na abordagem de adoecimento ou sofrimento de pacientes, combatendo as dificuldades dos processos clínicos e seus respectivos danos e ineficiências ao chegar em soluções compartilhadas entre profissionais da saúde,enfermos e seus familiares.
Essa quarta característica é promovida ao utilizar recursos que enriqueçam o diagnóstico dos pacientes e também ao investir em uma boa comunicação entre ambas as partes.
Característica #5: valorização do trabalhador
A experiência dos profissionais de hospitais e clínicas também é essencial, desde incluí-los nas decisões da unidade até apostar em sua capacidade de analisar, definir e qualificar os processos de trabalho.
Hoje existe o Programa de Formação em Saúde e Trabalho, além da Comunidade Ampliada de Pesquisa, o qual possibilita a simplificação do diálogo, das intervenções e das análises de sofrimento e adoecimento dos pacientes, assim como a do fortalecimento dos profissionais e de suas ações no trabalho.
Ainda vale ressaltar que para promover essa quinta característica, a participação dos profissionais de saúde também deve estar assegurada nos espaços coletivos de gestão.
Característica #6: defesa dos direitos dos usuários
Essa última característica diz respeito aos direitos garantidos por lei que os pacientes possuem, os quais os serviços de saúde devem esclarecer e assegurar que sejam cumpridos em todas as fases do cuidado.
Com isso, todas as pessoas têm direito de ter uma equipe de profissionais da saúde que as acolham e cuidem bem de suas necessidades.
Com essas seis características fica fácil analisar se um determinado estabelecimento tem ou não um atendimento humanizado.
Quais os benefícios?
A humanização na saúde é um diferencial no momento do atendimento aos pacientes, além de ser necessário para que os diagnósticos e tratamentos sejam realizados com eficiência.
A seguir são pautados os quatro principais benefícios da humanização na saúde, acompanhe.
Benefício #1: conquista da confiança dos pacientes e sua fidelização
O atendimento humanizado exerce um importante papel na fidelização dos pacientes porque a confiança é desenvolvida ao acolhê-los, confortá-los e atendê-los em suas necessidades de saúde.
Por meio dessa confiança, o bem-estar é promovido entre todas as pessoas da unidade, desde pacientes a profissionais, resultando na eficiência do tratamento.
Benefício #2: equipe mais satisfeitos e engajados
Apesar dos pacientes serem prioridade em questão de terem suas necessidades atendidas, a equipe também deve receber atenção dos gestores, desde as pessoas que trabalham na recepção da unidade até os médicos que atuam no local.
Uma equipe satisfeita e engajada reúne profissionais capazes de entregar o melhor do atendimento humanizado aos pacientes, então quando o time possui boas condições de trabalho, um ambiente favorável e se sente valorizado, a humanização ocorre naturalmente.
Benefício #3: promoção de uma imagem positiva do hospital ou clínica
A humanização da saúde também promove uma imagem positiva do hospital ou clínica para a população, porque acolhe e atende as necessidades de seus pacientes, prezando pela sua saúde e bem-estar.
Dessa maneira o local se torna referência em atendimento humanizado e atrai mais pessoas que buscam por um bom tratamento.
Benefício #4: eficácia do tratamento proposto aos pacientes
É possível alcançar uma maior eficácia no tratamento dos pacientes quando existe a humanização na saúde.
Os enfermos que estão em uma unidade humanizada recebem maior atenção e dedicação dos profissionais de saúde, o que promove o sentimento de cuidado e confiança no trabalho dos envolvidos, simplificando os resultados.
Inclusive, a relação do paciente e seus familiares com a equipe que está prestando atendimento é importante para que o diagnóstico seja preciso e eficiente, principalmente quando há a necessidade de utilizar a telemedicina e o telediagnóstico.
Conclusão
Ao conhecer o que é a humanização na saúde, assim como seus benefícios e características, se torna possível promover um ambiente acolhedor, confortável, que estimula uma boa comunicação entre as partes, preza pela privacidade das pessoas e atende às suas necessidades de saúde como um todo.
Então é perceptível que a humanização é uma solução indispensável para que haja uma relação harmoniosa entre a unidade e seus profissionais e os pacientes e seus familiares.
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