Recomendações para racionalização do uso de contraste iodado
Em decorrência da atual crise sanitária por consequência da COVID-19, houve a interrupção da produção do insumo utilizado nos exames de imagem, em especial na tomografia computadorizada, ocasionando a escassez do contraste iodado por todo o mundo.
Diante a esse fato, o Ministério da Saúde em conjunto com as sociedades médicas emitiu uma nota com recomendações para a racionalização do uso de contraste iodado que é de grande importância para a realização de exames de imagem e procedimentos médicos, evitando que as instituições de saúde tenham que parar completamente seus atendimentos de diagnóstico por imagem até que ocorra a normalização do fornecimento do produto.
Continue a leitura e fique por dentro da atualidade!
Meios de contraste
Amplamente utilizado no estudo do diagnóstico por imagem, como em tomografias computadorizadas, os meios de contraste alteram as respostas dos tecidos do organismo à radiação eletromagnética, aumentando as diferenças entre eles nas imagens.
Por esta razão, os meios de contraste são especialmente úteis para visualização de vasos sanguíneos, estudos fisiológicos e funcionais, além da caracterização e aumento da conspicuidade das lesões.
Escassez global
A escassez global de insumos da medicina diagnóstica por imagem, em especial do contraste iodado, começou em abril de 2022 devido a interrupção da cadeia de suprimentos da fábrica GE Healthcare por consequência do lockdown em Xangai, na China, causado pela crise sanitária da COVID-19, impactando substancialmente na produção e distribuição do contraste que é de grande importância nas instituições de saúde e centros de imagem.
Atualmente, o Brasil conta com quatro fornecedores de contraste, sendo eles: Bayer Radiologia, Bracco Imaging, Guerbet e a Pharmaceutical Diagnostics que pertence ao grupo da GE Healthcare – líder no desenvolvimento e fabricação de meios de contraste para radiologia diagnóstica e intervencionista.
No entanto, duas das quatro indústrias fornecedoras do insumo estão com a produção completamente interrompidas e outras duas empresas fornecedoras retomaram a produção dos insumos, porém, devido a escassez no mercado internacional, ainda há dificuldade no atendimento e normalização da relação entre oferta e demanda.
Portanto, a escassez dos meios de contraste é global e de grande preocupação pelos órgãos e instituições de saúde, por isso, se faz necessário adotar medidas para racionalizar o uso do contraste iodado.
O que diz o Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde em conjunto com as Secretarias de Saúde e entidades médicas emitiu uma nota no dia 12 de julho de 2022 em que orienta as instituições de saúde de medicina diagnóstica dos Estados e Municípios quanto a racionalização do uso de contraste iodado para exames e procedimentos médicos, até que ocorra a normalização do fornecimento do produto.
Recomendações
Dessa maneira, a fim de auxiliar e minimizar os danos relacionados à situação apresentada acima, faz-se necessário otimizar o uso dos meios de contraste, observando-se as seguintes recomendações gerais emitida pelo Ministério da Saúde:
- Avaliação do estoque disponível de meio de contraste iodado;
- Priorizar procedimentos em pacientes de maior risco e em condições clínicas de urgência e emergência;
- Evitar qualquer desperdício;
- Considerar a utilização de métodos diagnósticos alternativos, quando possível;
Como recomendações específicas para a racionalização do uso do contraste iodado, podemos destacar:
- Reservar a quantidade de meio de contraste iodado para indicações de emergência/urgência, a partir do cálculo histórico da demanda mensal;
- Em indicações eletivas ou exames não urgentes, sugere-se reduzir o volume de meio de contraste, desde que não comprometa a qualidade final e a acurácia do exame;
- Sempre que possível, adaptar o volume do meio de contraste ao peso do paciente;
- Sempre que possível, desde que não comprometa a acurácia do exame, realizar a tomografia computadorizada sem contraste ou substituir por outros métodos propedêuticos com acurácia diagnóstica semelhante (ultrassonografia, ressonância magnética ou de medicina nuclear);
Sobre as principais recomendações para o uso racional em procedimentos intervencionistas:
- Priorizar pacientes de maior risco cardiovascular e casos de urgência e emergência;
- Abreviar e racionalizar protocolos técnicos para reduzir a quantidade de contraste utilizado;
- Aumentar a diluição do contraste, quando possível;
Indicações médicas são a chave para a redução no uso de corantes
Devido ao desabastecimento global do contraste, é importante que os médicos somente solicitem exames de imagem com o uso desse insumo quando for realmente de extrema necessidade, e, quando possível, optem por exames de imagem alternativos como ultrassonografia e ressonância magnética.
É fundamental que o contraste seja utilizado para situações clínicas em que seu uso é essencial para um diagnóstico preciso, até que se normalize o fornecimento desses produtos.
Se inscreva em nossa newsletter e mantenha-se atualizado e informado a respeito dos assuntos atualizados que envolvem a área da saúde e da Radiologia